Saúde Mental: informação é fundamental para diagnóstico e tratamento de transtornos
No HRVJ, profissionais da Psiquiatria discutem casos clínicos
Você costuma falar sobre saúde mental? Ainda envoltos em muito preconceito, os transtornos dessa ordem precisam de diagnóstico e tratamento. E, para isso, é preciso de uma ferramenta fundamental: a informação. A médica psiquiátrica Madalena Araújo, que atua no Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e gerida pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), em Limoeiro do Norte, detalha que a saúde mental é muito mais do que a ausência de desordens mentais. Os sentimentos são vivenciados de maneiras diferentes de uma pessoa para outra, com distintos graus de dificuldade e sofrimento. Por isso, os impactos sociais e clínicos mudam de pessoa para pessoa.
“Cuidar da saúde mental é importante em todos os momentos da vida, não apenas quando problemas específicos surgem. É fundamental adotar uma abordagem proativa para manter um estado de bem-estar emocional e psicológico. Não há um ‘momento certo’ específico para cuidar da saúde mental. Ela deve ser uma prioridade constante em sua vida, assim como cuidar da saúde física. Esteja atento a sinais de problemas como mudanças de humor persistentes, ansiedade excessiva, insônia, isolamento social, dificuldades de concentração, entre outros”, garante a profissional.
Para Paloma, as internações a ensinaram a priorizar a própria saúde
No caso da agente administrativa Paloma de Freitas, a internação psiquiátrica é avaliada como algo que mudou a vida dela. Paloma, que reside no município de Russas, explica que se não tivesse passado pelo HRVJ, não teria tido a melhora e o avanço que apresenta hoje, na doença que vem tratando desde então.
A jovem passou por duas internações na unidade, onde foi diagnosticada com Transtorno de Personalidade Borderline. “Tudo começou em outubro [de 2023] quando apresentei alguns problemas, mas eu não queria aceitar que eu estava com aquele problema. Então fui pra lá [na internação do HRVJ]”.
Ela explica que, a partir daí, conseguiu encontrar “um rumo na vida”. “Todo dia tinha consultas psiquiátricas. Eles te chamam e conversam com você, explicam o seu problema e nos tratam como verdadeiros seres humanos. O regional me fez acreditar que havia vida após aquilo. Eu estava desacreditada de tudo, até de Deus. Eu era revoltada com tudo. O hospital me ensinou a priorizar minha saúde ao invés de um bem material e qualquer outra coisa”, pondera.
A Clínica Psiquiátrica do hospital assiste pacientes desde 2022. Para admissão no HRVJ, pessoas com transtornos mentais devem ser encaminhados de Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) ou de outras unidades de saúde, via Central de Regulação.